Caxias do Sul 07/05/2024

O elo entre estresse e queda de cabelo

Os sinais de alerta existem e devem ser observados com atenção
Produzido por Grasiela Monteiro, 09/06/2023 às 08:53:30
Foto: Rafael Sartor

A perda de cabelo por esgotamento é uma realidade na vida de muitas pessoas. A ocorrência depende da intensidade e duração, da imunidade e outros fatores coadjuvantes. Sabemos, porém, que problemas como esse podem tornar a vida difícil, o que colabora para um agravamento do estado emocional e piora a saúde capilar. Quase um ciclo vicioso.

É considerada uma condição anormal quando supera 100 fios por dia, uma vez que perdemos naturalmente essa quantidade por causa de sua fase de vida. Já, em períodos de estresse prolongado, pode aumentar sensivelmente. Isso porque os índices sanguíneos de alguns hormônios sofrem alterações, assim, as concentrações aumentam e o sangue, aos poucos, deixa de ir para estruturas menos vitais.

Esse tipo de queda, que costuma ocorrer após três meses do episódio estressor, é chamado de Eflúvio Telógeno. Mas fique tranquilo, é passageiro. Por isso, é muito comum os pacientes não relacionarem a diminuição de fios com o emocional.

Se você já teve uma ou mais situações do gênero, deve prestar ainda mais atenção aos sinais de alerta da extenuação que são: enxaquecas; palpitações cardíacas e hipertensão; respiração ofegante; dores musculares; fadiga; mal-estar e esgotamento (físico e emocional); tristeza; problemas estomacais, como azia e gases; sudorese excessiva; insônia ou outras alterações no sono e tremores.

Normalmente, o Eflúvio Telógeno pode ser evitado com a adoção de hábitos saudáveis, focados no autocuidado e bem-estar. Ou seja, pondo em prática medidas que reduzam os nossos níveis de exaustão, como exercitar-se, meditar, dormir pelo menos oito horas por dia, ter uma alimentação nutritiva e se expor ao sol em horários adequados.

Caso sofra com esse problema, é importante consultar um médico dermatologista para verificar se há outras complicações, como a calvície, e, então, buscar pelo tratamento adequado. Na maioria das vezes, envolve utilizar loção capilar com medicamentos e a ingestão de polivitamínicos via oral, para fornecer os nutrientes necessários para o crescimento das mechas, após diagnóstico e avaliação com médico dermatologista.

Ressalto que tanto a queda de cabelo quanto o estresse devem ser tratados paralelamente. Isso porque os contratempos influenciados pelo sistema nervoso só serão, de fato, eliminados quando a causa principal for controlada.

Grasiela Monteiro é dermatologista.

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