Caxias do Sul 07/05/2024

No verão, proteja-se corretamente

Período do ano exige cuidados com a doença de pele conhecida como melasma
Produzido por Grasiela Monteiro, 08/03/2023 às 08:40:44
Foto: ARQUIVO PESSOAL

Durante o verão ou longa exposição solar (principalmente sem proteção), é comum surgirem, particularmente no rosto, algumas manchas que se assemelham a sardas. Essa pigmentação, no entanto, tem nome e atende por melasma.

Por vivermos em um país tropical, que faz calor quase o ano todo, a causa é muito comum. Famosas como Isis Valverde, Mariana Goldfarb, Fernanda Souza, Kelly Key e Kevin Richardson, do Backstreet Boys, sofrem com esse problema.

Melasma é uma hiperpigmentação decorrente do acúmulo aumentado de melanina, proteína que garante a coloração da pele e evita os danos da radiação ultravioleta no DNA. O transtorno resulta na formação de manchas castanho-escuras ou marrom-acinzentadas, com limites bem demarcados, mas formato irregular. Embora se localizem preferencialmente na face, as lesões podem surgir no colo, pescoço e antebraços.

É uma condição adquirida, de caráter crônico e recidivante, mais frequente nas mulheres em fase reprodutiva, entre 20 e 50 anos, do que nos homens – apenas 10% são afetados –, e é raro manifestar-se antes da puberdade.

As pessoas de pele morena em tons mais escuros, determinado por herança genética, que, por natureza, produzem mais melanina, são mais vulneráveis. Além disso, ser mulher em idade reprodutiva; ação de hormônios femininos presentes nos anticoncepcionais orais ou nos esquemas da terapia de reposição hormonal; gravidez; disfunção da tireoide e uso de cosméticos irritantes ou de drogas para tratamento da hipertensão ou epilepsia são fatores de risco importantes para o aparecimento do melasma.

A doença, incurável, exige atenção continuada e persistente para evitar a fotoexposição desprotegida aos raios ultravioleta emitidos pela luz do sol e pelas fontes de luz visível. Isso pressupõe o uso diário do protetor solar de amplo espectro contra a ação nociva dos raios ultravioleta B e A.

O FPS (fator de proteção solar), que normalmente vem estampado nas embalagens dos produtos, indica apenas o grau de proteção contra os raios UVB, que atingem as camadas mais superficiais. Contra os raios UVA, que danificam as camadas mais profundas e provocam o envelhecimento precoce e o câncer de pele, a medida de proteção é apontada pela sigla PPD (Persistent Pigment Dark) ou UVA.

Se você sofre com o melasma, procure uma dermatologista para conter a doença e melhorar. Siga à risca as orientações e cuidados para a manutenção. São vários os tratamentos disponíveis: protetor solar e clareadores de uso tópico, protetor solar via oral, procedimentos em consultório dermatológico como peelings, lasers, radiofrequência microagulhada, drug delivery com aplicação de ativos concentrados clareadores diretamente na pele.

Somente após uma avaliação detalhada e exame presencial é possível realizar um plano de tratamento individualizado e eficaz levando em conta as particularidades de cada um.

Grasiela Monteiro é dermatologista.