Caxias do Sul 15/05/2024

Metaverso: um terreno fértil para a arquitetura

No ambiente online, é possível cocriar a realidade também no âmbito dos espaços
Produzido por Adriane Karkow , 21/08/2022 às 08:21:44
Foto: Fabio Grison

O desenvolvimento de novas tecnologias e o aprimoramento daquelas disponíveis, como a realidade virtual e a inteligência artificial, são essenciais para dar suporte à réplica do existente. Se no mundo real a arquitetura é uma das principais responsáveis por dar forma e materialidade à nossa vida, no online ela também desempenha esse papel.

No Metaverso, podemos interagir e cocriar o real. Nele se contempla a ideia de um mundo virtual que se sobrepõe a uma realidade existente. Na arquitetura, por exemplo, ele chega muito próximo de nós, pois estamos acostumados com a composição e a construção de espaços em 3D.

Em Maringá, no Paraná, uma construtora lançou empreendimento no físico e no virtual, focado em estudantes e pessoas solteiras. Antes de adquirir, o cliente visualiza o apartamento tridimensionalmente com o mobiliário, design de interiores, iluminação, com as horas diferentes do sol, assim saberá como é a insolação nele e se é confortável. Ou seja, todas as dúvidas podem sanadas pelo Metaverso, antes de o imóvel ser construído.

Hoje, infelizmente, essa tecnologia ainda não está ao alcance de todos, pois exige internet 5G. Nesse ponto, o próprio Bill Gates aponta que uma possível demora para consolidar o Metaverso pode ser ocasionada, justamente, pela falta de acesso da maioria das pessoas às ferramentas que permitem a experiência completa, como os dispositivos de realidade virtual.

Metaverso parece ser um conceito distante e futurístico, mas o fato é: já está presente e causando muito mais impacto do que imaginamos na sociedade. Assim como qualquer avanço tecnológico, os NFTs – ativos que garantem a posse de um bem exclusivo – e a realidade aumentada, por exemplo, já deixam suas pegadas no meio ambiente.

Um apartamento decorado no mundo virtual possibilita personalizar de forma sustentável, uma vez que não precisa de reformas e nem implementações de materiais para as adequações do projeto do cliente. Agora, executamos em um sistema 3D e isso se torna mais barato e acessível. Apesar de toda essa tecnologia, uma coisa é certa: nunca perderemos a conexão com o social.

Adriane Karkow é arquiteta e urbanista em Caxias do Sul