Caxias do Sul 02/05/2024

Com Proust e Knausgard à beira-mar...

O folhear do tempo ressignificado pelo mergulho nas páginas dos mestres da vida literária
Produzido por Marilia Frosi Galvão, 28/01/2023 às 09:59:01
Com Proust e Knausgard à beira-mar...
Caudalosa obra do escritor norueguês Karl Ove Knausgard remete ao tempo no cotidiano
Foto: Marilia Frosi Galvão

Por MARILIA FROSI GALVÃO

Primeira onda...

Na cidadezinha à beira-mar nominada corretamente de Paraíso,

no calor do verão de janeiro-2023.

Olho para um céu magnificamente azul. Um bem-te-vi determinado, agressivo por causa de seu ninho, ali no telhado da casa, me tira do devaneio “celestial”. Bem-te-vi-bem-te-vejo-bem-te-vi-bem-te-concentra-bem-te-vi !!! Baixo o olhar para o teclado do note. Tenciono digitar, traduzindo em palavras esse turbilhão que está a desassossegar minha mente provocado por leituras e autores que me intrigaram. No entanto, ao mesmo tempo, o dito turbilhão iluminou com fagulhas de maravilhamento o meu espírito. Feito o texto – o turbilhão desvanecerá, deixará a paz. A paz para novas aventuras.

Antes de revelar quais as leituras turbilhonantes, ditas monumentais, não só pelo tamanho, mas pelo tema central – o tempo, é importante ser dito que - se há algo que seja constante em meus pensamentos, leituras e reflexões, é justamente o tempo em seus tempos: presente, passado, futuro. Vivemos na vertigem do tempo. Tudo chega ao fim. Sentimentos, relacionamentos, esperanças... o tempo se esvai – se perde – um drama para todos nós essa contingência da temporalidade.

Como mulher madura, tenho pensado muito nessa precariedade de estar refém do fluir do tempo... de somar perdas e ganhos... e questionamentos, tipo, quanto tempo ainda tenho de vida? Que providências são necessárias? Quando eu não estiver mais aqui, quem derramará uma lágrima por mim? O que deixo de legado é bom? Porque vivemos em um tempo de esquecimento. Nossos dias voam. Tudo é rápido, fugaz. Instante a instante tudo pode desmoronar. Vivências e amores se vão. Novidades o tempo todo. A vida? Curta demais para vivermos apressados. Ah, o tempo. O tempo presente, o tempo passado, o tempo futuro. O tempo perdido, o tempo reencontrado, o tempo recuperado, o tempo do cotidiano. O tempo do agora. Pois é, os autores que refletem sobre o tempo e a memória – temas primordiais em clássicos - me atraem, sobremaneira. Posto isso, aqui me detenho em Proust e Knausgard.

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Segunda Onda...

Na cidadezinha à beira-mar nominada corretamente de Paraíso,

na releitura de Proust – doces lembranças dançam com a brisa do mar.

Ao longo da vida realizei várias tentativas (e desistências) de leitura desta obra-prima “Em Busca do Tempo Perdido”, de Marcel Proust – escrita em sete volumes –, com mais de 3500 páginas. Custei a chegar perto de Proust. Há poucos anos, impus-me o desafio de não desistir. Disse a mim mesma - lê, para assim poder dizer: gostei/não gostei, afinal, tantos a citam, mas nem tantos a leram. Confesso que, ao longo das primeiras cem páginas do Volume I – O Caminho de Swan, foi difícil a leitura, estilo de escrita denso, rebuscado, detalhista, com períodos longos, muito longos. Por vezes enfadonha, cansativa, havendo a necessidade de reler algumas partes. Porém, vencida essa primeira resistência, fui descobrindo pouco a pouco uma ironia refinada, uma poética belíssima, muitos personagens irresistíveis, intrigantes... tendo como cenário a Paris do final do séc. XIX e do início do séc. XX em uma caminhada pelo tempo, pelas memórias voluntárias e involuntárias do autor, com toques de ensaística inteligente sobre as artes, a música, a pintura, o amor, o ciúme, os relacionamentos homoafetivos e a procura da verdade.

Enfim, as delícias são tantas, que não consegui mais parar, pois Proust me atingiu como uma flecha – bem no meio do peito. O poeta Manuel Bandeira nos aconselha a adquirir o nosso Proust, porque, segundo ele, se não nos deliciarmos com essas surpresas – e não o lermos novamente –, seremos infelizes para o resto da vida. D´accord!!!

Valentin Louis Georges Eugène Marcel Proust nasceu em Paris, em 1871. Morreu em 1922 por problemas pulmonares, com apenas 51 anos. Pelos cem anos transcorridos após sua morte, em 18 de novembro de 2022, sua obra literária foi relembrada, reverenciada. Proust é mais conhecido pela chef d’oueuvre - obra-prima - “À la recherche du temps perdu”. Recebeu o maior prêmio literário da França, Goncourt, pelo segundo volume da obra: “À sombra das raparigas em flor”, em 1919. Todos os sete volumes foram publicados entre 1913 a 1927 – a saber: No caminho de Swan em 1913 – À sombra das raparigas em flor em 1919 – O caminho de Guermantes – em dois volumes – em 1920 e 1921 – Sodoma e Gomorra – em dois volumes em 1921 e 1922 – A prisioneira – póstumo em 1923 – A fugitiva – póstumo em 1927 e O tempo reencontrado em 1927 – póstumo. Como Marcel Proust nasceu numa família rica, teve uma vida tranquila que permitiu que ele frequentasse os salões da alta sociedade da época – e inspirou-se nessa vida mundana para compor seus personagens. Proust foi um dos romancistas da Europa a tratar de uma forma aberta e detalhada o homossexualismo, a superficialidade da alta aristocracia – a pose – a aparência – em uma perspectiva de tempo perdido – enquanto que o aprendizado, a arte e as memórias involuntárias são um tempo recuperado.

As páginas de Proust sendo ressignificadas à beira-mar (Foto: Marilia Frosi Galvão)

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Terceira onda...

Na cidadezinha à beira-mar nominada corretamente de Paraíso,

na minha praia ... aporta um viking, da Noruega distante.

Ah, pois, nesse ler e reler Proust, morto há cem anos, eis que o Universo me apresenta um outro “Proust” – Karl Ove Knausgard – ou “Proust escandinavo” ou “Marcel Proust nórdico” versão século XXI. Foi assim comparado a Proust pelo estilo prolixo e porque os dois fizeram narrativas de suas vidas – ou a memória delas – ou rememoração. Nasceu em 1968 em Oslo/Noruega, a quem chamo com respeito: meu viking. Mais de 1,90m de altura, cabelos (longos médios) que foram loiros, agora são cor cinza – e uma barba grisalha. Em fotos, sempre sério (tímido, em verdade), tem uma cara de mau com vincos profundos no rosto, embora tenha só 54 anos. Me encanta a intensidade do olhar, aguçado, nas entrevistas, em que ele fala com veemência e faz pausas (educado – elegante – e até meigo ao falar). Interessante ouvi-lo. Ah, leitoras, e os olhos... são azuis. Sei, não descrevi fisicamente o Proust francês, mas creio que é relevante esta descrição para que nos inteiremos do “conteúdo deste continente” – piadinha nossa do tempo do ginásio. Karl Ove, assim gosta de ser chamado, confessa que o francês Marcel Proust é sua maior influência, e que sente inveja de como Marcel Proust interrompe uma cena de ação, divaga, retoma o mesmo ponto páginas depois e mantém o ritmo narrativo. Karl Ove também o consegue. Atualmente, ele é considerado o mais importante escritor norueguês de sua geração.

Karl Ove esteve na Flip – Festa Literária Internacional de Paraty – em 2016 autografando os quatro primeiros livros da “Minha Luta”. Porém, somente o “descobri” em 2021. Fui adquirindo os exemplares à medida em que os lia - assim como o fiz com “La Recherche”. A série de Karl Ove, intitulada “Minha Luta”, compõe-se de seis livros – 1- A morte do pai – 2- Um outro amor – 3- A descoberta da escrita – 4- A ilha da infância – 5- Uma temporada no escuro – e - sendo que o último, intitulado “O Fim” possui 1049 páginas. Portanto, é outra série monumental. Críticos literários dizem que ele revolucionou a autoficção. A mim, como leitora, me tocou: o caráter confessional revela seus defeitos e atitudes das quais se arrepende e passei a prestar mais atenção ao meu dia-a-dia – meu cotidiano feito de pequenas coisas, que, talvez sirvam a um propósito maior – pois o cotidiano e banalidades presentes nessa obra não me aborreceram, me incitaram a observar o meu viver diário.

Nem sei bem como explicar - pois – simplesmente - não conseguia parar de ler e me questionava: por que leio sem parar o que este viking escreveu? Por que me desperta uma sensação de estar viva, de pensar que meu banal cotidiano tem sentido? Por que imagino que talvez pudesse também escrever sobre minha vida, os aprendizados e as dores, as experiências únicas, só minhas? Por que me identifico com as vivências desse autor?

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Quarta onda...

Na pequena cidade à beira-mar nominada corretamente de Paraíso,

na praia, a pegar um bronze, pensamentos entrecruzados sobre Marcel e Karl Ove.

É verdade - aprendi muito com esses “caras”. A leitura é sensual. Os treze volumes – sete do Marcel e seis de Karl Ove - me proporcionaram um despertar de sentidos – olfato – visão – tato – audição – e paladar além de outros sentidos indefiníveis, mas que os percebo. Uma forte ligação da memória com os sentidos. Assim, enredei as memórias deles com as minhas, que foram recuperadas (algumas, pelo menos). Ah, esta sensação é subjetiva, indescritível. Lembrar dos cheiros, dos sons, dos sabores, dos filmes, do céu, dos rostos amados, dos toques, dos abraços, do primeiro beijo, dos amores, das procuras existenciais, da música, das artes... enfim, acabei por me re-conhecer ao re-lembrar junto a eles – o francês e o viking.

“Em busca do tempo perdido” do Proust é uma busca. “Minha luta” de Knausgard é uma busca. Os dois autores refletem sobre a escrita e mergulham nessa busca. As escritas são obsessivas. Marcel acaba por entender, após anos de dúvida – numa incrível epifania – que ele é um escritor. Karl Ove luta com obstáculos, ambições, dúvidas e conclui que o que quer da vida é tempo para escrever. A vocação dos dois consolidou-se depois de uma investigação sobre si mesmos. Então, aprendi com eles que é preciso tempo para amadurecer. Com paciência, refinamos a alma e apreendemos o que o tempo nos ensina.

Tanto Marcel quanto Karl Ove narram suas sagas da infância até a idade adulta e amadurecida – na faixa dos 50 anos. Porém, há muitas diferenças também em relação ao tempo: na obra de Proust há a convicção central de que a memória involuntária nos oferece a possibilidade de recuperar o tempo e conhecer o essencial das coisas, enquanto que na obra de Knausgard os relatos, em sua maioria, estão no tempo presente, são crus e realistas. O cotidiano impera.

Tanto na obra de Proust quanto na de Knausgard, há digressões e associações que geram reminiscências, pois essas obras autobiográficas ou autoficcionais – enriquecem nossa leitura com muitas passagens em forma de ensaios que nos fazem refletir junto aos autores sobre os mais diversos temas.

Estas obras, com um século de distância, merecem ser lidas e relidas. Na releitura de Proust, o deleite é duplo, pois capto o que não percebi antes, na primeira leitura. É como um bom filme – como deixei passar isso? Na curta vida humana, entendo que não tenho tempo suficiente para ler tudo o que desejaria. Deduzi que reler o que amei, me abre novas perspectivas.

Assim, Marcel Proust e Karl Ove Knausgard fazem parte de minha vida.

O mar de Paraíso em um dia belíssimo de janeiro de 2023 (Foto: Marilia Frosi Galvão)

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Quinta onda...

Na cidadezinha à beira-mar nominada corretamente de Paraíso,

Marcel me inspira em uma memória involuntária.

Antes, porém:

O Efeito Proust – nome dado por especialistas para o efeito do odor – do sabor em desencadear memórias, conta como o ato de molhar uma madeleine em uma xícara de chá fez com que o herói – Marcel – recordasse de seu passado. E assim começou a longa busca pelo tempo perdido:

“... num dia de inverno, chegando em casa, minha mãe, vendo-me com frio, propôs que tomasse, contra meus hábitos, um pouco de chá. A princípio recusei, e nem sei bem por quê, acabei aceitando. Ela, então, mandou buscar um desses biscoitos curtos e rechonchudos chamados madeleines, que parecem ter sido moldados na valva estriada de uma concha de São Tiago. E logo, maquinalmente, acabrunhado pelo dia tristonho e a perspectiva de um dia seguinte igualmente sombrio, levei à boca uma colherada de chá onde deixara amolecer um pedaço de madeleine. Mas no mesmo instante que esse gole misturado com farelos do biscoito tocou meu paladar, estremeci, atento ao que se passava de extraordinário.” “...e de súbito a lembrança me apareceu. Aquele gosto era o do pedacinho de madeleine que minha tia Léonie me dava aos domingos pela manhã em Combray, quando ia lhe dar bom-dia no seu quarto, depois de mergulhá-lo em sua infusão de chá ou tília...” ( No caminho de Swan, Volume 1).

Assim, ao comer os biscoitinhos, Marcel relembrou, recuperou lembranças e emoções intensas de sua infância, das pessoas, da casa, da rua, da cidadezinha de Combray.

Isso é verdade. Acontece conosco no dia a dia. Nem sempre estejamos atentos. Muitas vezes se nos passa desapercebida essa memória por ser involuntária.

“... hoje pela manhã, munida de chapéu, óculos de sol, maiô, canga, bolsa e cadeira de praia, seguia distraidamente pela Rua São Leopoldo em direção ao mar da cidadezinha nominada corretamente de Paraíso quando, em minha direção, vinha uma senhora carregando um cesto apoiado no quadril, coberto por um lindo pano. Ela sorriu para mim, levantou a ponta do guardanapo, deixando à mostra lindos sonhos, cheirosíssimos, aqueles bolinhos de massa recheados com goiabada, fritos, recobertos com açúcar e canela. Hummmmmm, aquela visão dos sonhos e o aroma que se desprendia deles fez meu coração bater muito forte. A memória disparou ao passado, e trouxe lembranças da minha adolescência e juventude, quando vínhamos em família veranear por estas areias. Naquele tempo, só havia o Hotel Paraíso, e uma casa de cada lado. No mais, eram cômoros de areia. Montes de areia. Ali, longe dos olhares das tias, a gente podia se beijar com tranquilidade. Mas só quando o vento não era forte. Senão, a areia a nos empanar pinicava na pele. O Hotel era nossa casa, tínhamos tudo ali, desde o café da manhã até o jantar. E, o lanche da tarde era pura delícia: pão recém saído do forno, pastéis de carne quentinhos e... os sonhos... cada dentada era um lambuzo de prazer - os lábios e as bochechas açucarados. Estes sonhos têm tudo a ver com a praia Paraíso. Percebi, pela visão e pelo aroma dos sonhos que a senhora apresentou, as muitas lembranças daquele tempo de felicidade e beleza.”

Esta é da rua em que encontrei a senhora dos sonhos, indo à praia (Foto: Marilia Frosi Galvão)

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Sexta onda...

Na cidadezinha à beira-mar nominada corretamente de Paraíso,

Karl Ove me inspira a viver com intensidade a banalidade do cotidiano.

Antes, porém:

O escritor, jornalista e crítico literário Sergio Rodrigues, em um blog intitulado Todoprosa, de 2015, fala sobre Knausgard: “... este escritor apresenta em sua obra o inesperado poder da hiperbanalidade, a armadilha no caminho do leitor é camuflada com engenho. A descrição minuciosa de atos cotidianos como preparar um chá exige muitas linhas, como se o leitor tivesse amnésia e devesse ser apresentado a xícaras, saquinhos, água quente e o modo como esses elementos interagem. Pode ser chatíssimo, é verdade, ou pode ser uma volta à infância da linguagem, recuperação de um tempo de frescor em que as coisas não eram enfadonhas.”

“... coloquei um desenho animado para as crianças, para que eu conseguisse preparar o jantar em paz. Dei uma maçã para cada um, pus as compras em cima da mesa, separei-as, guardei as frutas na fruteira do armário, o leite na geladeira, as verduras na bancada, a salsicha de Falun na tábua de cortar. Eu tinha pensado em cozinhar arroz, porém mudei de ideia, ainda tínhamos um pouco de macarrão, e resolvi prepará-lo, medi a água e o leite, coloquei tudo em uma panela, virei o pó do envelope lá dentro... cortei o plástico vermelho e apertado que envolvia a salsicha de Falun, arranquei-o e comecei a cortar tudo aquilo em pedaços... (uma conversa telefônica com um amigo interrompe a tarefa)... Enchi a panela com água e a coloquei na chapa do fogão elétrico...” da página 101 – O FIM - Minha Luta – 6 – Karl Ove Knausgard.

Assim, inspirada por Karl Ove, aprendi a valorizar meu cotidiano como parte de uma complexidade que procuro entender...

“... aqui na casa da praia de Paraíso, dividimos as tarefas harmoniosamente. A mim, as manas chamam-me de chef. Faço a bagunça e elas lavam. Amigos queridos chamam-me de chefa – ou chefa-chef. Pois então, dia desses, fiz um prato único, exceto as saladas: em uma forma, uma fina camada de azeite de oliva com manteiga para abrigar as rodelas de batata doce, com casca. Após dez minutos, virei-as para ficarem douradas dos dois lados. A seguir coloquei postas de peixe Saint Peter (tilápia) previamente temperadas com sal e um pouco de limão. Assim, enquanto no forno o peixe e as batatas misturavam os sabores, peguei a tábua de picar e cortei em fatias duas cebolas médias, um pimentão vermelho, um amarelo e um verde. Aqueci bem a frigideira, com um pingo de azeite e muita manteiga. Coloquei as fatias, shssssssssss, deixei refogar por um tempo, mas não muito, e despejei esta maravilha sobre as postas de peixe e batatas. Deixei no forno por mais uns dez minutos e, antes de servir, dei um salpico de pimenta do reino, um fio de azeite de oliva e folhinhas de manjericão colhidas na horta. Ficou mariliavilhoso!!!!!!"

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Sétima onda...

Na cidadezinha à beira-mar nominada corretamente de Paraíso,

no calor do verão do dia 22 de janeiro de 2023.

Piso na areia que ficou intocada, lavada pelo temporal de ontem. As pegadas marcam o meu caminho até a beira do mar. O dia está esplêndido. Aquele turbilhão mental acalmou. As companhias de Proust e Karl Ove foram um refresco nesses dias de férias – e, como tudo tem um fim, o tempo nunca será perdido enquanto eu fizer leituras, escrever, amar... Então, aproveito sem pressa este sol, faço planos para continuar a vida, e aguardo a volta do bem-te-vi!!!!!

Ahhhhhhhh!!!! Hoje tem caipirinha e batatas fritas!!!!!

A autora deste ensaio, cuja leitura exige um pacto paradisíaco com o tempo para ser usufruída (Foto: Marilia frosi Galvão)