Promover a descarbonização do transporte público e as interações com a mobilidade urbana sustentável são ações interligadas que definem o futuro das cidades e da sociedade. Essa transformação vai além da pauta ambiental, impactando diretamente a saúde pública, o bem-estar da população e a eficiência dos sistemas de transporte.
No cenário brasileiro, o desafio da descarbonização é particularmente evidente no setor de transporte. Dados atualizados do Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (SEEG), alinhados ao Plano Nacional de Descarbonização dos Transportes (PNDE), indicam que o setor é responsável por cerca de 260 milhões de toneladas de CO² equivalentes por ano, o que representa aproximadamente 11% das emissões totais. Embora os níveis gerais de emissões tenham diminuído recentemente, impulsionados principalmente pela queda do desmatamento, o impacto ambiental causado pelo transporte ainda é elevado, exigindo ações urgentes e eficazes.
Neste ano, a Coalizão dos Transportes, formada por mais de 50 organizações públicas, privadas e da sociedade civil, apresentou ao governo um pacote de propostas que reforçam essa necessidade. Entre as principais medidas estão o aumento do uso de biocombustíveis, como etanol e biometano; a garantia da eletrificação; o desenvolvimento de novas fontes de energia, como o hidrogênio verde; além do reequilíbrio modal, que estimula o transporte coletivo e reduz a dependência dos automóveis.
Essas iniciativas refletem o compromisso do Brasil de reduzir suas emissões de gases de efeito estufa em 53% até 2030 e reforça a importância de políticas públicas eficazes e rigorosas para tornar essa transição possível. Na prática, a descarbonização depende da inovação e da aplicação de soluções tecnológicas já consolidadas.
Na Marcopolo, estamos empenhados em transformar esse cenário. Com mais de 1.000 ônibus com tecnologias sustentáveis em operação ao redor do mundo, reforçamos nosso compromisso em transformar a mobilidade urbana em uma experiência cada vez mais limpa, eficiente e responsável. Entre nossas soluções que contribuem com a descarbonização do transporte, contamos com os ônibus 100% elétricos, como o Attivi Integral, projetados para operações urbanas com foco em eficiência, conforto e emissão zero. No segmento híbrido, destaca-se o Attack 9 Híbrido, primeiro micro-ônibus do Brasil que tem motor elétrico e etanol. Também oferecemos veículos movidos a GNV e biometano, que promovem redução imediata das emissões e maior eficiência operacional em diferentes contextos, como o Volare Fly 10 GV.
Essas alternativas mostram que o caminho para a descarbonização não é único, mas múltiplo e adaptável às necessidades específicas de cada cidade e região, respeitando suas condições econômicas e estruturais. Entretanto, a tecnologia sozinha não é suficiente. Para essa aceleração da transformação, é fundamental fortalecer políticas públicas que incentivem a atualização das frotas, a instalação de infraestrutura de recarga e abastecimento, além do acesso facilitado a linhas de crédito.
A experiência dos países que lideram essa transição comprova que o avanço depende da colaboração entre indústria, governo e sociedade. Por isso, a descarbonização e a mobilidade urbana sustentável não são apenas metas futuras, mas prioridades imediatas para responder às necessidades das cidades. Para atingir esse objetivo, é urgente consolidar o transporte coletivo como base de um futuro mais humano, eficiente e sustentável.
Na Marcopolo, acreditamos que investir em inovação e sustentabilidade não é apenas uma responsabilidade, mas um compromisso com as próximas gerações. O futuro das cidades depende das decisões que tomamos hoje, e juntos podemos transformar o sistema de transporte público em um vetor real de mudança para um planeta mais limpo e uma vida melhor para todos.
Ricardo Portolan é diretor de Operações Comerciais, Mercado Interno e Marketing da Marcopolo.
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