Caxias do Sul 18/05/2024

Alexa vai ao espaço

Programa interativo de computador de última geração participará de missão da NASA
Produzido por Vivaldo José Breternitz, 28/01/2022 às 07:29:47
Foto: ARQUIVO PESSOAL

Alexa é um assistente de voz fornecido pela Amazon. Esse tipo de equipamento pode ser definido como um dispositivo que aciona aplicativos através de comandos dados verbalmente pelo usuário.

São exemplos desses comandos o acionamento de climatização e iluminação domésticas, realização de pesquisas no Google etc. Comandado por Alexa, opera um alto-falante chamado Echo, que responde ao usuário.

Em breve, Alexa deverá ser o primeiro assistente de voz a operar no espaço. No final deste ano, será lançada a primeira missão do Artemis, um programa de voos espaciais tripulados desenvolvido pela NASA em parceria com empresas privadas e que tem como objetivo levar a primeira mulher e um homem à Lua, em 2025.

Essa primeira missão não será tripulada, mas está sendo planejada uma "experiência de tripulação virtual" no Centro Espacial Johnson da NASA, de forma a que estudantes, convidados e pessoas ligadas ao controle da missão simulem comandos e conversas envolvendo astronautas e Alexa.

Evidentemente a Alexa e o Echo que serão utilizados na missão são muito mais sofisticados do que os de uso doméstico. Alexa terá acesso aos dados de telemetria da espaçonave, responderá a perguntas relacionadas à missão e controlará dispositivos como a iluminação da cabine.

A Amazon aprimorou seus algoritmos para considerar a acústica da nave e o sistema será conectado à Deep Space Network, uma rede internacional de antenas que tem a função de viabilizar comunicações e monitoramento das diversas naves que estão no espaço.

A Amazon usará as lições aprendidas durante essa primeira missão tanto para melhorar o Alexa para missões futuras quanto para usuários comuns, que terão, desde já, acesso a telemetria, imagens, vídeos (incluindo a transmissão ao vivo de lançamento) da primeira Artemis, bem como notificações acerca de marcos importantes da missão.

A NASA e a Amazon esperam também motivar estudantes para carreiras ligadas à indústria espacial, permitindo também tours digitais pelo Johnson Space Center e disponibilizando um currículo STEM (science, technology, engineering e mathematics) criado com a ajuda da National Science Teaching Association.

São novas ferramentas aplicáveis à educação que, talvez um dia, possam chegar a um número grande de escolas e estudantes brasileiros.

Vivaldo José Breternitz é consultor de empresas, doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, mestre em Engenharia Elétrica pela Universidade Presbiteriana Mackenzie.

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