Caxias do Sul 04/05/2024

Aconteceu o leilão do 5G. E agora?

Empresas, municípios e usuários precisam agir para ter acesso à nova tecnologia
Produzido por Vivaldo José Breternitz, 09/11/2021 às 10:58:36
Foto: DIVULGAÇÃO

Finalmente foi efetuado o leilão de faixas de frequências que permitirá a implantação, em nosso país, da quinta geração de telecomunicações (5G), que não é apenas uma atualização dos sistemas 4G já existentes, mas, sim, uma tecnologia radicalmente nova.

A tecnologia 5G permite conexões de altíssima velocidade à internet, viabilizando, no nível mais pessoal, melhor qualidade e velocidade em jogos, filmes e downloads em geral. Num nível mais amplo, permitirá avanços como a Internet das Coisas, a 4ª Revolução Industrial, as Cidades Inteligentes, a melhoria dos serviços de internet nas escolas públicas e outros.

Não aconteceram grandes surpresas no leilão: as operadoras de grande porte adquiriram os lotes que lhes interessavam, surgiram grupos menores que poderão gerar um certo nível de concorrência às grandes operadoras, o que é bom para tornar melhores os preços e qualidade do serviço. Os valores obtidos ficaram dentro do esperado e alguns lotes menores não receberam ofertas, devendo voltar a leilão no futuro.

Agora, os vencedores começam a se movimentar, pois o leilão lhes impôs algumas obrigações, como disponibilizar 5G em todas as capitais até 31 de julho de 2022, levar 5G a todos os munícipios, oferecer 4G ao longo de 31 mil quilômetros de rodovias, injetar R$ 3,1 bilhões para promoção de conectividade nas escolas, instalar redes de fibra óptica, via fluvial, na região amazônica e outros.

Apesar de 5G certamente levar o Brasil a um novo patamar tecnológico, muitos consumidores ainda vão ter de conviver por muitos anos com o 4G, pois, de acordo com os prazos fixados pelo edital do leilão, algumas localidades terão acesso à nova tecnologia apenas em 2029.

Apesar de os celulares antigos continuarem a funcionar normalmente, somente poderão usar 5G os celulares fabricados para isso, ainda caros no Brasil, com preços acima dos R$ 1.500, mas que tendem a cair com o aumento do número de usuários da tecnologia.

Vivaldo José Breternitz é Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo e professor do Programa de Mestrado em Computação Aplicada da Universidade Presbiteriana Mackenzie.