POR SILVANA TOAZZA
Quando a cadeia automotiva ganha nova engrenagem, os atores que a compõem comemoram oportunidades de parcerias e contratos. É o que ocorre agora, com a inauguração oficial na sexta-feira (15/08) da fábrica da GWM no Brasil, o que trará impactos positivos ao polo metalmecânico da Serra Gaúcha.
A nova fábrica da montadora chinesa localiza-se em Iracemápolis, no interior de São Paulo, e é a primeira unidade produtiva da marca nas Américas e no Hemisfério Sul, e a terceira fora da China com base completa de produção – as outras estão localizadas na Rússia e na Tailândia. A planta já conta com 600 trabalhadores e até o fim do ano serão mais de mil empregos diretos, alcançando no futuro mais de 2 mil vagas, quando iniciar o processo de exportação de veículos para a América Latina. E já opera com 18 fornecedores brasileiros, que participam da produção dos modelos que começaram a ser fabricados.
São eles: o SUV híbrido Haval H6 (disponível nas quatro versões que já são vendidas hoje), a picape média Poer P30 e o SUV de 7 lugares Haval H9 (ambos com uma versão cada e equipados com motorização turbodiesel). Com área total de 1,2 milhão de m² e área construída de 94 mil m², a unidade da GWM no Brasil possui hoje capacidade para produzir 50 mil veículos por ano. A estrutura conta com área de soldagem, linha de pintura robotizada, linha de montagem, sistemas de fornecimento de energia e equipamentos, além de uma cadeia de suprimentos e logística integrada. Durante a cerimônia de inauguração, foi anunciada também a criação do primeiro Centro de Pesquisa & Desenvolvimento (P&D) da GWM na América do Sul, que contará com mais de 60 técnicos e engenheiros, a ser construído no terreno ao lado da fábrica de Iracemápolis.
R$ 10 bilhões em dez anos
O investimento total da GWM no Brasil chegará a R$ 10 bilhões em dez anos. Esse montante é composto por uma primeira fase de investimento, de R$ 4 bilhões, que vai até 2026, que inclui o lançamento da marca no país e reativação e ampliação da fábrica de Iracemápolis. Na segunda fase, a empresa investirá mais R$ 6 bilhões - entre 2027 e 2032 -, impulsionando ainda mais a criação de empregos, a nacionalização de peças e o desenvolvimento de novos produtos.
A operação brasileira seguirá o sistema peça por peça (part by part), um processo que conta com conteúdo nacional já no primeiro ano, incluindo pintura para 100% dos veículos produzidos no Brasil e incorporação de componentes de fornecedores nacionais. Atualmente, a GWM Brasil tem mais de 110 empresas cadastradas interessadas em fornecer componentes, das quais 18 já são parceiras que estão participando da produção e do desenvolvimento dos primeiros veículos.
Maior empresa automotiva chinesa de capital 100% privado, a GWM é a terceira maior fabricante mundial de picapes médias, segmento que ela lidera na China há 27 anos, no qual tem uma participação acima de 50%. A empresa tem uma atuação global que envolve mais de 150 países e regiões, 80 mil colaboradores e 13 centros de P&D (Pesquisa e Desenvolvimento) distribuídos em quatro países.