O público é orientado a ficar em casa para evitar o contágio em tempos em que o coronavírus parou o mundo e trouxe apreensão com o futuro do Brasil. Mesmo assim, quem circula eventualmente para ir à farmácia ou ao mercado, depara com uma cena recorrente por vários pontos da cidade: o grande volume de lixo transbordando pelos contêineres da coleta seletiva.
Isso está longe de ser uma crítica à Companhia de Desenvolvimento de Caxias do Sul. Pelo contrário, a Codeca está fazendo a sua parte: em comunicado oficial nas redes sociais, informa à população que, "em razão das medidas restritivas e emergenciais para conter a proliferação do Covid-19, a coleta de lixo seletivo pode registrar atrasos pontuais". Ao mesmo tempo, a Codeca reforça que "a coleta de lixo orgânico segue inalterada, ocorrendo nos dias e horários habituais".
O que se depreende disso:
1) Os coletores de lixo estão se expondo em atividade de alta vulnerabilidade para garantir que a cidade fique limpa, mas precisam restringir a sua forma de atuação ao passo que, com as pessoas permanecendo em casa, a quantidade de lixo seletivo aumenta de forma exponencial.
2) Além de ter cuidado na separação e destino do lixo, não é o momento, por exemplo, de fazer descartes de móveis e outros utensílios de grande porte, o que inevitavelmente amplia o volume de entulhos nos contêineres, dificultando o trabalho da Codeca e causando risco de proliferação de doenças.
No bairro Bela Vista, nesta quarta-feira, as cenas nos contêineres de lixo seletivo se repetiam: vários deles transbordando e causando problemas com a disseminação de sujeira num momento em que higiene e limpeza são armas contra o vírus.
A consciência e a participação individual de todos são fundamentais nesse momento. É em situações assim que a maturidade de um povo precisa vir à tona.
