A mais recente edição da pesquisa “O Brasileiro e Seu Smartphone”, realizada pelo Mobile Time e Opinion Box, revela um cenário que vai muito além de estatísticas sobre dispositivos.
Ela traça o retrato de uma relação cada vez mais pragmática, recorrente e estruturada que o brasileiro tem com seu celular. A frequência com que trocamos de aparelho, as funcionalidades que priorizamos e a forma como compramos apontam um comportamento de consumo que caminha na direção do que há tempos já se consolidou em outras categorias de bens duráveis: o modelo de assinatura.
De acordo com o levantamento, 72% dos usuários já tiveram quatro ou mais smartphones ao longo da vida. O dado é expressivo, pois mostra que o celular deixou de ser um bem raro ou aspiracional, ocupando o lugar de um item essencial no cotidiano, como um eletrodoméstico ou veículo.
E assim como esses outros bens, a posse já não é mais a única maneira de garantir acesso ao que há de mais moderno. Não por acaso, 57% dos brasileiros trocam de aparelho a cada dois ou três anos e quase metade (48,3%) já pretende comprar um novo nos próximos 12 meses. O comportamento sugere uma demanda constante por atualização, desempenho e funcionalidade, mesmo em um país onde 10% afirmam não trocar de aparelho por falta de recursos financeiros.
Outro dado que chama a atenção é a racionalidade da escolha. Ao buscar um novo modelo, o brasileiro prioriza desempenho (31%) e memória (25%), relegando funcionalidades como 5G, IA e design a um segundo plano. Isso indica que o consumidor médio está cada vez mais criterioso, atento ao custo-benefício e menos influenciado por apelos de marketing baseados em tendências. A lógica é clara: a função vem antes da forma, e o acesso a um bom smartphone deve ser simples, prático e eficiente.
Nesse contexto, cresce a aderência a modelos que ofereçam previsibilidade financeira, praticidade na troca e suporte contínuo. Assim, o modelo de assinatura, que já se consolidou em áreas como entretenimento, mobilidade e alimentação, é uma resposta direta a esse novo comportamento. Em vez de imobilizar capital na compra de um novo aparelho, o consumidor pode assinar um plano com valor fixo, trocar de modelo periodicamente e manter o acesso às funcionalidades que realmente importam para a sua rotina.
A segurança é outro fator que influencia essa transformação. A pesquisa mostra que 85% dos brasileiros evitam usar o celular em certos locais por medo de roubo, e 34% já foram vítimas de furto ou roubo. Nesse cenário de vulnerabilidade, ter um plano que inclua seguro e suporte técnico é mais do que uma conveniência. É uma necessidade. Portanto, o modelo de assinatura, ao incorporar esses benefícios, tende a ganhar ainda mais espaço.
A maturidade digital do brasileiro se expressa, também, na diversidade de funções atribuídas ao celular. O dispositivo já substitui câmera fotográfica, alarme, carteira digital e até televisão para uma parcela significativa da população. Isso reforça sua centralidade no dia a dia e aumenta a pressão por um aparelho sempre funcional, com boa performance e pronto para o uso.
O brasileiro está começando a perceber que talvez não precise ser seu dono para garantir o melhor uso. O modelo de assinatura, ao responder com precisão às novas exigências de flexibilidade, segurança e praticidade, surge como o próximo passo natural nessa relação. A pesquisa mostra o comportamento. A tendência aponta o caminho. Hoje, ter um bom smartphone de ponta não precisa ser caro e um processo cheio de preocupações, ele pode ser simples, acessível e possível com o modelo de assinatura de smartphones.
Stephanie Peart é Head da Leapfone, startup pioneira no conceito de Phone as a Service e na oferta de smartphones como novos por assinatura. - E-mail: leapfone@nbpress.com.br.