Caxias do Sul 18/05/2024

Metaverso: passado, presente e futuro

O grande desafio futuro está na interoperabilidade nesse cyberespaço coletivo e compartilhado por multiusuários
Produzido por Pedro Bocchese, 18/10/2022 às 07:03:02
Foto: ARQUIVO PESSOAL

Atualmente, o conceito Metaverso passou a ter uma repercussão muito grande, após Zuckerberg anunciar uma mudança estratégica da sua empresa para Meta.

Todas as vezes que tenho a oportunidade de falar sobre Metaverso, faço uma reflexão sobre esse conceito sendo do passado, presente e futuro, porque esse termo foi cunhado em 1992 pelo autor Neal Stephenson em seu livro intitulado “Snow Crash” (“Nevasca”), que descrevia um universo gerado por computadores, ou seja, um cyberespaço.

Claro que podemos entender que esses ambientes, na maioria das vezes, representados por objetos e cenários 3D, já são utilizados em games e é nesse sentido que podemos fazer a relação pontual com essa nova etapa tecnológica mais voltada ao mercado corporativo. Soluções classificadas como experiências imersivas possibilitam interagir com avatares humanos e não humanos e no próprio ambiente tridimensional. Os primeiros simulacros remeteram a treinamentos e simuladores em geral focados para indústrias.

Descrevo hoje o Metaverso como um cyberespaço coletivo e compartilhado por multiusuários que pode utilizar-se de tecnologias como realidade virtual, aumentada, inteligência artificial, avatares, comunidades, NFTs e Blockchain para buscar replicar a realidade no âmbito físico. Entre essas atividades, posso destacar compras digitais, ambiente de trabalho, colaboração, ensino, entretenimento, entre outros, fomentando um comércio digital através de moedas e bens digitais.

Claro que nunca esquecendo a relação com games. Para que isso se materialize, é necessário infraestrutura e a utilização de dispositivos independentes, o que não envolve a obrigatoriedade da utilização de óculos de Realidade Virtual, por exemplo, já que hoje há Metaversos que dispensam a necessidade de tal dispositivo.

Como não existe um Metaverso, e sim vários, o grande desafio futuro está na interoperabilidade. Durante o 4º Simpósio Estadual do Varejo (que ocorre nesta terça-feira, 18 de outubro, promovido pelo Sindilojas Caxias), serão vivenciados três exemplos: o primeiro em que os palestrantes foram convertidos em avatares inspirados em fotos e imagens deles; a experiência oferecida pela vinícola Don Affonso, que vai permitir entrar em uma sala para beber vinho utilizando óculos de realidade virtual e a apresentação da DeCacau em que vai ser utilizada tecnologia de realidade aumentada por meio da leitura de um QR-Code do próprio dispositivo do participante.

Pedro Augusto Bocchese é diretor Executivo da Núcleo Sistemas, professor de pós-graduação da Exame Academy e IBMEC do 1º MBA em Metaverso do Brasil. Doutor em Ciências da Linguagem, mestre em Políticas Públicas, pós-graduado em Data Analytics, Sistemas de Informação, Engenharia de Software e Maçonologia. Graduado em Administração de Empresas e Análise/Desenvolvimento de Sistemas.