A depressão é causada por um desequilíbrio na bioquímica cerebral, como a diminuição da serotonina - neurotransmissor que causa a sensação de bem-estar. Dependendo de seu nível, esse distúrbio da mente influencia diretamente na diminuição dos prazeres da vida, causando, entre outros sintomas, angústia, falta de vontade de fazer até mesmo atividades mais simples. Atualmente, a depressão é considerada uma das principais causas de incapacidade, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).
O Setembro Amarelo é o mês de conscientização para a saúde mental, depressão e risco suicida, mas é importante ter em mente que as pessoas que convivem com a doença precisam de atenção durante todos os meses do ano. Com este mês em vista, é importante fazermos uma autoanálise e observarmos com maior cuidado a nós mesmos e quem estiver nas nossas relações, seja visitando o médico ou o psicólogo.
As pessoas que identificam esses distúrbios mentais devem ser orientadas a se tratar com medicação e profissionais especializados, mas importante salientar também que existem algumas outras possibilidades que auxiliam no tratamento, entre eles ter um animal de estimação.
Um pet pode ser o estímulo que faltava para que a pessoa supere os momentos difíceis pelos quais vem passando, podendo auxiliar na diminuição e até na cura, dependendo do nível da depressão e do comprometimento do paciente. Afinal, amor, carinho e um bom abraço podem vir dos outros, de nós mesmos e também do seu amigo pet.
Quem tem um animal de estimação sabe o quanto eles podem auxiliar no tratamento de diversas doenças, especialmente nos momentos de ansiedade, tristeza ou depressão. Não existe raça, cor ou categoria, o amor de um bichinho pelo seu dono é incondicional e verdadeiro. O que mais nós precisamos além disso?
Para quem tem depressão, chegar em casa, ser recepcionado pelo pet, sempre feliz e fazendo festa, é muito importante, pois demonstra que tem alguém que o ama e que se importa com ele. A consciência de que tem alguém que depende dele, como cuidar, alimentar, dar banho, levar para passear, é fundamental, pois mantém o máximo possível essa pessoa ativa e com uma rotina, dando motivos para continuar vivendo. Ter um animal de estimação ajuda a reduzir pensamentos negativos, tanto nos casos mais graves quanto nos mais leves.
Considerados muitas vezes como “terapeutas de quatro patas”, os bichinhos também precisam brincar, se movimentar, estimulando assim o seu cuidador a se exercitar, ato considerado muito importante no combate à doença. De todos os bichinhos mais adotados, os cães geram sentimento de felicidade, produzindo a ocitocina. Já os gatos, com seu ronronar, acalmam e, consequentemente, diminuem a ansiedade. Reforçando: um bichinho em casa ajuda muito como um tratamento complementar, mas jamais deve ser substituído pelo acompanhamento médico e psicológico.
E lembre-se: adotar é um ato de amor, sendo assim, com tantos amigos peludos por aí, quem sabe você se motiva a escolher um bichinho que precisa de um lar.
* Taise Munaro é psicóloga
