Caxias do Sul 25/04/2024

Comprar roupa de calor ou de frio?

Lojistas têm dificuldade de fazer frente às demandas de vestuário diante das oscilações de clima
Produzido por Silvana Toazza, 04/10/2021 às 22:39:30
Foto: Liliane Giordano

Outubro avança com um clima... frio. Enquanto isso, as vitrines de lojas de rua e de shoppings exibem com destaque as coleções primavera-verão. São vestidos, blusinhas de alças, shorts, biquínis, saídas de praia, bermudas e camisetas.

Porém, os próprios comerciantes são unânimes em afirmar que o seu principal “vendedor” é o clima. Com a volta do friozinho, poucos são os clientes que se animam a atualizar o guarda-roupa de olho no verão. Nem mesmo provar um vestido apetece.

Enquanto isso, na outra ponta da arara, a maioria das lojas já liquidou as peças de inverno. Jaquetas, blusões de lã e meias grossas ou foram vendidas com descontos ou acomodadas no fundo do depósito. Há, claro, aqueles estabelecimentos que ainda mantêm roupas de inverno num balaio ou canto da loja. São poucos.

Contudo, sim, o que está em evidência agora é o cronograma ditado pelo varejo da moda, que nem sempre casa com a vida real. Na Serra Gaúcha, oscilamos entre calor e frio de um dia para outro (ou no mesmo dia) e essa instabilidade (essa palavra nunca é boa em economia) não favorece os negócios. É preciso alguns dias de calor para que o público perceba a necessidade de alguma peça de vestuário. Mas daí volta o frio, o frescor e, junto, fogem a vontade e a necessidade de adquirir. Enquanto isso, os looks de inverno já estão batidos, os blusões já apresentam bolinhas. Vale a pena comprar agora?

De um lado, defendo que vale a pena, sim, adquirir peças na troca de estação, com preços mais em conta. Sempre faço isso. De outro, creio que os lojistas da região precisem se atentar e manter por mais tempo roupas de meia-estação e até de frio à disposição nas gôndolas, pois são as peças que mais usamos ao longo do ano. Trabalhar somente com uma possibilidade de estação não parece tão estratégico.

A colunista mesmo procurou, em uma grande rede de varejo, roupas masculinas de inverno e, desde agosto, quase não havia mais nada em exposição.

Tanto os lojistas quanto consumidores precisam ser flexíveis em se adaptar rapidamente às necessidades. As vitrines desta segunda-feira não combinavam com biquíni, convenhamos. O cliente desavisado, que saiu mal agasalhado, preferia topar com uma jaqueta como pechincha. De outro lado, o comprador deve abrir bem os olhos para aproveitar as peças com preços em conta, no final da estação, e não esvaziar o bolso junto com os lançamentos da temporada. A colunista adquiriu recentemente blusões de lã em liquidação a R$ 36 num shopping de Farroupilha com a intenção de usá-los na próxima estação. Só que não. Já começou a utilizá-los tão logo ingressaram no armário.

Flexibilidade e estratégia na vida e nos negócios, sempre. Vestir (ou seria investir?) conforme o clima.

Da mesma autora, leia outro texto AQUI