Caxias do Sul 04/05/2024

Proibição de provar roupas e calçados reduz a quase zero venda no comércio de moda

Portaria, que também impede que sejam experimentadas maquiagens, prejudica o varejo após a pausa de semanas
Produzido por Silvana Toazza, 23/04/2020 às 11:06:40
Proibição de provar roupas e calçados reduz a quase zero venda no comércio de moda
Setor de moda está com os estoques lotados de coleções outono-inverno
Foto: Marcos Oliveira

A portaria estadual que impede a prova de vestuários, sapatos e cosméticos pegou em cheio os setores de moda e beleza da Serra Gaúcha. A norma, inclusive, sugere o fechamento de provadores nesses estabelecimentos.

A presidente do Sindicato do Comércio Varejista (Sindilojas) de Caxias, Idalice Manchini, empresária do ramo de moda feminina (Pole Modas), admitiu em uma rede social:

“É praticamente nula a compra nas lojas físicas sem a prova das peças de vestuário e calçados".

Após quase 30 dias de negócios fechados, por conta das medidas de isolamento contra o coronavírus, o comércio reabriu as portas na cidade desde a última sexta-feira (17) com as araras lotadas de peças da coleção outono-inverno, A esperança era de que, chegado o friozinho, as vendas pudessem aquecer gradativamente.

Porém, além do momento de restrição social, que faz com que o público limite a circulação pelo varejo, a norma que impede que roupas e calçados sejam provados representa mais um impeditivo para a reação do setor de vestuário. Algumas lojas driblam o momento com estratégias, mas fica difícil seduzir o consumidor num momento em que tudo parece conspirar contra.

Não há ânimo em adquirir uma roupa sem poder prová-la, ao menos que o consumidor necessite muito do produto. Questionado pelo site, o Sindilojas de Caxias informou que as peças compradas podem sim ser trocadas pelo consumidor, e possivelmente passarão por algum processo de desinfecção.

Fora isso, o contexto de incertezas em relação à manutenção de empregos e salários resfria ainda mais a possibilidade de se aventurar em compras não essenciais. A pergunta que fica (e a esperança também) é como será o movimento nas lojas para o Dia das Mães, em maio, considerada a segunda melhor data do ano para o setor, só atrás do Natal.

A acompanhar.

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