Caxias do Sul 28/04/2024

Lideranças de Bento Gonçalves pedem retomada gradual das atividades produtivas a partir de 1º de abril

Documento encaminhado ao prefeito solicita uma solução que equilibre as necessidades de cumprir as medidas protetivas recomendadas pelos órgãos de saúde e, ao mesmo tempo, atenda à demanda empresarial de restabelecer o fluxo econômico por meio da geração de renda
Produzido por redação, 29/03/2020 às 11:14:18
Lideranças de Bento Gonçalves pedem retomada gradual das atividades produtivas a partir de 1º de abril
Rogério Capoani é presidente do Centro da Indústria, Comércio e Serviços de Bento Gonçalves
Foto: GILMAR GOMES

Apesar de entenderem que o recolhimento social é importante para evitar a propagação do coronavírus, os empresários da Serra estão preocupados com o colapso econômico e social de uma quarentena prolongada.

Em sintonia com entidades de classe gaúchas, como Fiergs, Federasul e Fecomércio, e de serranas, como a CIC de Caxias, o Centro da Indústria, Comércio e Serviços de Bento Gonçalves (CIC-BG) entregou na sexta-feira (27) um manifesto ao prefeito Guilherme Pasin, no qual solicita autorização para retomada gradual das atividades da indústria, comércio e serviços a partir do dia 1º de abril.

O pedido é por uma solução que equilibre as necessidades de cumprir as medidas protetivas recomendadas pelos órgãos de saúde para coibir a proliferação do coronavírus e, ao mesmo tempo, atenda à demanda empresarial de restabelecer o fluxo econômico por meio da geração de renda.

O documento, encabeçado pelo CIC-BG, contou com a participação de diversas entidades representativas da cidade (leia-se APESCONTI, ASCON, CDL-BG, CONSEPRO, FUNDAPARQUE, MOVERGS, OAB, SIMMME, SIMPLAV, SINDIBENTO, SINDILOJAS, SINDMÓVEIS e UVIBRA). A sugestão é que o município priorize o isolamento social apenas dos integrantes do grupo de risco (pessoas com mais de 60 anos, gestantes, portadores de doenças respiratórias crônicas, diabéticos, cardiopatas, hipertensos e outros assim considerados neste mesmo contexto pela Organização Mundial da Saúde – OMS e pelo Ministério da Saúde do Brasil) e libere os demais indivíduos para que possam voltar ao trabalho, buscando a retomada da normalidade na economia do município.

A argumentação da entidade é que a manutenção da parada generalizada das atividades produtivas levará ao caos econômico e, por conseguinte, social. Sem a imediata retomada das atividades empresariais ocorrerá, em breve, a derrocada dos negócios, ocasionado o fim de muitos postos de trabalho, o cessar do recolhimento de tributos e, assim, o encerramento de qualquer investimento social, seja em saúde, segurança, habitação, entre outros, defende:

"O enfrentamento do coronavírus é uma obrigação de todos, já está em curso no município, e as empresas estão engajadas neste trabalho, sabedoras da necessidade de se envidar todos os esforços para garantir o melhor atendimento de saúde à população. Reforçamos nosso compromisso com o poder público municipal para o bem da comunidade, mas neste momento se faz necessário, também, atender à demanda empresarial, permitindo que retomem suas operações, garantindo assim os empregos, a renda, os impostos, os investimentos sociais e, enfim, que a roda da vida continue a girar", pondera o presidente do CIC-BG, Rogério Capoani.

E complementa:

"É preciso retomar a atividade econômica para que não se ampliem os problemas decorrentes deste mal que nos assola. Não se trata de fazer escolhas, e sim trabalhar em conjunto: enfrentar pandemia, salvar vidas e, também, evitar a morte de empresas e com elas os empregos, a renda e a dignidade dos nossos cidadãos. Buscamos voltar a operar com toda a responsabilidade de quem tem a consciência de não ser o vírus apenas uma simples gripe e que a situação exige todo nosso cuidado, esforço e atenção, de modo que integra nossa proposta a irrestrita observância e prática de todos os protocolos internacionais, das orientações da OMS e do Ministério da Saúde naquilo que se aplica aos ambientes laborais para a total segurança dos nossos funcionários.

Em Flores da Cunha, o prefeito Lídio Scortegagna assinou na sexta-feira novo decreto em consonância com as medidas gaúchas em que flexibiliza e libera atividades na indústria, comércio e construção civil, respeitando as normas do Ministério da Saúde para reduzir o fluxo de pessoas e com escalas e revezamento de turnos.

Leia a carta do CIC-BG na íntegra

Pleito pela retomada das atividades dos setores da Indústria, Comércio e Serviços de Bento Gonçalves

Nos vemos diante de uma situção sem precedentes que de uma só vez ameaça por completo nossa sociedade. Todos os setores da economia brasileira estão mobilizadados para minimizar os impactos trazidos pelo Covid-19, estando também inseridos neste contexto os empreendedores da nossa cidade.
Estamos engajados em ações organizadas para garantir o abastecimento da população criando uma atmosfera de cooperação e calma, que permita passarmos por este período de dificuldades e restrições necessárias e ao mesmo tempo evitar gerar danos irreversíveis nos ambientes social e econômico do país.


Neste momento, sabedores da responsabilidade social que temos a classe empreendedora está a colaborar, apoiar, manter e viabilizar ações sustentáveis no âmbito da saúde e também para a sustentação econômica. Ao mesmo tempo, as empresas necessitam de medidas que minimizem os impactos sobre suas atividades, única forma de garantir emprego e renda e ao mesmo tempo afastar a ampliação dos riscos à saúde da população e garantir que se mantenham as estruturas hospitalares em condições de atendimento.

Existem muitas teorias sobre o comportamento da pandemia, com inúmeras divergências entre elas, entretanto, a respeito da pandemia econômica temos todos muitas certezas e estas vão no sentido de ser inegável a impossibilidade de manutenção da parada generalizadas das atividades produtivas vez que isso inevitavelmente nos levará ao caos econômico e por conseguinte, social.

Sem a imediata retomada das atividades empresariais, muito brevemente iremos vivenciar a derrocada dos negócios, o que levará ao fim de muitos postos de trabalho, com estes o cessar do recolhimento de tributos e assim o encerramento de todo e qualquer investimento social, seja em saúde, segurança, habitação e tudo mais.


O Enfrentamento do coronavírus é uma obrigação de todos, já está em curso no nosso município e nossas empresas estão engajadas neste trabalho sabedoras da necessidade de se envidar todos os esforços para garantir o melhor atendimento de saúde à nossa população. O presente manifesto tem também o objetivo de reforçar nosso compromisso com o poder público municipal para o bem da nossa população.

Neste momento porém, se faz necessário também atender à demanda empresarial, permitindo que as empresas retomem suas operações, garantindo assim os empregos, a renda, os impostos, os investimentos sociais e enfim, que a roda da vida continue a girar. A recessão econômica e o desemprego comprovadamente aumentam a mortalidade da população em geral, particularmente nos grupos mais vulneráveis e desfavorecidos da sociedade. Uma quarentena prolongada poderá causar níveis de recessão e desemprego nunca vistos no Brasil.

O caos econômico e social resultante de uma recessão sem precedentes poderá causar mortes e destruição muito maiores do que o Covid-19. A decisão não é simples e não se trata de fazer escolhas, sendo necessário garantir o enfrentamento da pandemia e o atendimento de saúde a quem necessitar, mas também evitar a morte de empresas e com elas os empregos, a renda e a dignidade dos nossos cidadãos.

Buscamos voltar a operar com toda a responsabilidade de quem tem a consciência de não ser o vírus apenas uma simples gripe e que a situação exige todo nosso cuidado, esforço e atenção, de modo que integra nossa proposta a irrestrita observância e prática de todos os protocolos internacionais, das orientações da OMS e do Ministério da Saúde naquilo que se aplica aos ambientes laborais para a total segurança dos nossos funcionários.

Neste contexto é que solicitamos a autorização para retomada das atividades da indústria, comércio e serviços em nível mais próximo possível do normal, com retomada gradual a partir do dia 01/04/2020, priorizando o isolamento social apenas daqueles integrantes do grupo de risco, como o são as pessoas com mais de 60 anos, gestantes, portadores de doenças respiratórias crônicas, diabéticos, cardiopatas, hipertensos e outros assim considerados neste mesmo contexto pela Organizaçao Mundial da Saúde – OMS e pelo Ministério da Saude do Brasil.

Se faz necessária a autorização para que as empresas possam voltar a executar seu mister, aplicando-se a partir do dia 01.04.2020 a interdição vertical para o controle da pandemia, mantendo em isolamento social aqueles integrantes do grupo de risco, liberando os demais para que possam voltar ao trabalho e assim se permita buscar também a retomada da normalidade na economia do nosso município, estado e pais.

Em 11 de março de 2020 o diretor geral da OMS referiu que “todos os países devem encontrar um bom equilíbrio entre proteger a saúde, minimizar as disrupções econômicas e sociais e respeitar os direito humanos”, sendo este o desafio que nos está imposto e que juntos deveremos superar. O colapso das economias globais levará milhões à miséria, não sendo diferente o cenário no Brasil e em nosso querido município. É preciso retomar a atividade econômica para que não se ampliem os problemas decorrentes deste mal que nos assola.

Certos da compreensão de todos, este é nosso entendimento e solicitação.

ROGÉRIO CAPOANI, presidente do Centro da Indústria, Comércio e Serviços de Bento Gonçalves