Caxias do Sul 03/05/2024

Como será o retorno ao trabalho na Marcopolo e Randon, que juntas empregam 16,5 mil funcionários em Caxias do Sul

Após 20 dias em férias coletivas, as duas principais indústrias da cidade traçam estratégias para a retomada das atividades na segunda-feira
Produzido por Silvana Toazza, 09/04/2020 às 13:50:51
Como será o retorno ao trabalho na Marcopolo e Randon, que juntas empregam 16,5 mil funcionários em Caxias do Sul
Foto: Edypo Alanis

De que forma as duas maiores indústrias de Caxias do Sul retornarão ao trabalho na segunda-feira, 13 de abril, após 20 dias de férias coletivas por conta do coronavírus? O site contatou a Marcopolo e a Randon, e ambas confirmaram por meio de suas assessorias de imprensa que cumprirão o decreto municipal em vigência na data – atualmente, o percentual permitido é de 25% do quadro de trabalhadores. Caso o decreto seja atualizado, a medida também pode ser revista.

A Marcopolo retornará com 25% da força de trabalho em dois turnos. À noite, no segundo turno, a fabricante de ônibus de Caxias opera a partir das 17h18min até a madrugada. Ou seja, em cada turno ou setor, só podem atuar um quarto das equipes, pela norma em vigor. Como à noite menos setores atuam, pode haver o deslocamento de algumas equipes para esse período.

Mas a retomada das operações está bem longe de atingir sua plenitude nas duas companhias, que juntas empregam 16,5 mil trabalhadores em Caxias – número superior à população de muitas cidades. Em Caxias, as férias coletivas, iniciadas em 23 de março, impactaram 8 mil trabalhadores da Marcopolo (10 mil no Brasil) e 8,5 mil nas Empresas Randon, entre as maiores fabricante de implementos rodoviários do mundo.

Medidas preventivas

Mesmo com a retomada gradual das atividades, o site apurou algumas medidas que serão implantadas nessas grandes empresas, já que o número amplo de funcionários ainda é uma preocupação tanto entre os colaboradores quanto entre executivos e empresários:

- Muitos profissionais manterão o trabalho em home office e as equipes de Tecnologia da Informação (TI) atuaram de forma incansável para melhorar e adaptar as ferramentas para seu uso fora das empresas.

- A preocupação com máscaras e itens de proteção individual será intensificada.

- Aos trabalhadores que ainda têm férias a tirar, vencidas, será ampliado ainda mais o período de pausa.

- Haverá equipes de enfermarias e médicos infectologistas de olho na saúde dos funcionários, em checagem de temperatura e em sinais de problemas de saúde.

- Profissionais do grupo de risco (idosos e que tenham doenças crônicas) se manterão em isolamento ou atividade em home office.

Apesar do retorno às atividades de forma gradual na segunda-feira, o ponto de interrogação permanece de forma cada vez mais acentuado. Há dúvidas de que forma haverá a progressão da doença no país, no Estado e na Serra, e como isso impactará nos negócios a partir de agora, já que o frio também será um elemento a intensificar o quadro da doença.

Como trata-se de conglomerados industriais envolvendo muita gente, a preocupação que paira no ar é se a pausa prolongada cessará após o feriado de Páscoa ou se voltará mais adiante. Ou ainda: de que forma as medidas de isolamento afetarão a cadeia produtiva de fornecimento de chassis e outros componentes automotivos. E de que maneira o mercado absorverá esses contratos e a produção, num momento de muitas incertezas no horizonte.

Para lembrar: Marcopolo e Randon movimentam uma engrenagem muito grande de outras empresas e fornecedores na Serra, além de ser fonte de renda para milhares de famílias.