O protagonismo da energia solar no Brasil é evidente. Dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) divulgados em março deste ano apontam que a fonte renovável responde, atualmente, por 22% da matriz energética do país. A geração de energia limpa alcançou, ainda no primeiro trimestre de 2025, a marca de 55 gigawatts (GW) de potência instalada em todo o território nacional.
A maior parte da potência (37,6 GW), de acordo com o levantamento, vem de instalações na geração própria, presentes nos telhados ou nos quintais dos cinco milhões de imóveis que utilizam a energia solar. Os números aqui destacados reforçam a importância dos sistemas fotovoltaicos, aplicados em uma escala cada vez maior por pessoas físicas e jurídicas.
No entanto, para que a energia solar seja plenamente aproveitada, principalmente em períodos de instabilidade da rede ou condições climáticas adversas, é fundamental refletirmos sobre o papel das soluções de armazenamento de energia. Peça-chave para o quebra-cabeça energético, esses produtos possibilitam guardar o excedente gerado durante o dia para uso à noite ou em situações de queda na rede elétrica. Em cenários marcados pela flutuação das bandeiras tarifárias e/ou pelas oscilações no fornecimento de energia, o recurso ganha significados que vão além da conveniência, tornando-se essencial para a autonomia energética e a redução de custos.
No centro desse sistema energético, estão os inversores híbridos, equipamentos que permitem uma gestão eficiente e inteligente da geração, do consumo e do armazenamento de energia. Eles são responsáveis por converter a energia em corrente alternada, padrão utilizado em residências e empresas, além de gerenciar o envio da energia para as baterias. Esses inversores também permitem o acoplamento de geradores auxiliares ou a integração com inversores on-grid já instalados, ampliando a flexibilidade e o aproveitamento da infraestrutura existente. Em casos de falha no fornecimento da concessionária, possibilitam ainda o funcionamento em modo off-grid, garantindo o suprimento de energia ao imóvel de forma autônoma e segura.
As baterias de lítio evoluíram muito nos últimos anos, com capacidade, durabilidade e segurança. Elas são mais compactas, eficientes e adequadas tanto para sistemas residenciais quanto comerciais e industriais, garantindo escalabilidade conforme a necessidade de consumo.
Para empresas, sobretudo as que operam com maquinários sensíveis ou em locais com histórico de falhas na rede, essa é uma solução que alia continuidade operacional e responsabilidade ambiental. No caso das residências, investir em armazenamento de energia é uma forma de assegurar a estabilidade no fornecimento, algo cada vez mais valorizado diante dos desafios climáticos e estruturais enfrentados pelo sistema elétrico no Brasil.
Sabemos que sustentabilidade é um assunto de primeira ordem. Partindo desse ponto de vista, armazenar energia limpa é primordial para multiplicar os benefícios ambientais da energia solar, reduzindo ainda mais a dependência de fontes fósseis e contribuindo para metas globais de descarbonização. Seja para uma família que deseja ter independência energética ou para uma indústria preocupada com a melhoria contínua de suas operações, investir em soluções de armazenamento é uma escolha assertiva, que une inovação, economia e consciência ambiental.
O futuro da energia não está apenas em gerá-la de forma limpa, mas também em saber como, quando e onde usá-la de maneira inteligente. O máximo aproveitamento de energia eleva a potencialidade dos sistemas fotovoltaicos, que exercem papéis de extrema relevância hoje em dia.
Diana Sgarabotto é Coordenadora de Engenharia de Produto e Assistência Técnica da Soprano.