Caxias do Sul 24/04/2024

Natal em meio à pandemia

O crescimento do e-commerce e os cuidados com golpes online
Produzido por Luiz Paulo Germano, 22/12/2020 às 08:42:04
Foto: DIVULGAÇÃO

O Natal é uma das principais apostas do comércio para alavancar o número de vendas, e, seguindo uma tendência natural, cada vez mais os consumidores optam pelas compras online. Neste ano, com a pandemia do novo coronavírus, o e-commerce ganhou ainda mais força, representando um crescimento de 47% nas vendas digitais no Brasil apenas no primeiro semestre, o maior crescimento em 20 anos, demonstram dados da pesquisa Ebit/Nielsen.

Com o cenário enfrentado em 2020, a movimentação digital das compras de final de ano deve ser ainda maior e os consumidores devem ter cuidado redobrado, especialmente aqui no Brasil, em que os golpes na internet subiram mais de 100%. O período de Natal realmente apresenta muitas ofertas vantajosas ao consumidor, mas, por outro lado, se mostra como uma oportunidade para que fraudadores e golpistas possam se valer da boa intenção desses compradores.

Os novos hábitos impostos pela pandemia fizeram com que as principais transações comerciais no Brasil se dessem em ambiente digital. Para garantir a realização de uma compra online segura, existem alguns passos que podem ser seguidos, como a realização de uma pesquisa e o acompanhamento da evolução dos preços do produto para saber se a oferta do período realmente condiz com a realidade.

Diversas promoções oferecem mercadorias a valores muito baixos que seriam impraticáveis no mercado, e, neste momento, é preciso desconfiar. Uma alternativa ao público é buscar o nome da empresa de interesse em sites que testam a credibilidade das marcas a partir do compartilhamento de experiências anteriores de outros usuários.

Da mesma forma, os consumidores devem estar atentos para as falsas ofertas que são enviadas pelos mais diversos canais, como SMS, WhatsApp ou e-mail. Muitas vezes essas promoções vêm acompanhadas de malwares que podem causar danos ao seus eletrônicos, além de captar informações pessoais como forma de alimentar um banco de dados capaz de viabilizar outros golpes na internet.

Também chamaria a atenção para as falsas páginas de e-commerce que possuem toda a aparência de serem confiáveis, muitas vezes utilizando nomes de empresas consagradas no mercado, mas que podem levar a plataformas obscuras com pagamentos destinados a golpistas. Nesse sentido, uma outra forma de buscar mais segurança é optar pelos pagamentos via cartão, e não por boletos, uma vez que se torna mais fácil para o consumidor reaver o valor desembolsado em uma compra caso ele tenha caído em uma determinada armadilha.

Com o comércio eletrônico em evidência, outro ponto importante a ser levado em consideração sobre o ambiente digital é a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que entrou em vigor em setembro deste ano. Neste momento, a LGPD se faz ainda mais necessária e coloca em xeque a responsabilidade das empresas quanto aos dados de seus consumidores.

Desde que foi sancionada, a LGPD vem fazendo com que as mais diversas empresas e instituições precisem se adequar às novas regras de tratamento, coleta, armazenamento e compartilhamento de dados pessoais, garantindo a proteção de direitos fundamentais dos cidadãos, como a privacidade e a intimidade, e impondo penalidades para as entidades que descumprirem a lei pelo vazamento das informações.

É de extrema importância que os consumidores realizem uma boa pesquisa sobre a empresa na qual pretendem adquirir uma mercadoria. Empresas mal-intencionadas podem utilizar e disponibilizar indevidamente os dados fornecidos pelos consumidores em seus cadastros, representando novos riscos ao comprador. Nesse sentido, aumenta a responsabilidade de todos aqueles que se encontram inseridos nesse novo ecossistema digital, no qual se inclui a coleta, o armazenamento, a proteção e a eliminação de dados pessoais.

Luiz Paulo Germano é Pós-Doutor em Direito e sócio na MSC Advogados

mail lp.germano@mscadvogados.com.br